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Eragon poderia ser um Senhor dos Anéis. Não precisaria de Peter Jackson na direção e no roteiro. Também era desnecessário o mesmo compositor e equipe de produção. Sim, o estúdio e o produtor sabiam disso. E acharam um 'ótimo' meio de fazer o filme: contrataram Stefan Fangmeier, um diretor estreante! Não é genial?
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Claro que não! Tudo bem, mas quem sabe o diretor pudesse ser um fã da história?... E não um idiota que conseguisse destruir um mundo mágico inspirado no maior clássico de fantasia da literatura e no maior clássico de ficção-científica do cinema (respectivamente: O Senhor dos Anéis e Guerra nas Estrelas). Foi a primeira vez que quis sair antes do fim da sessão.
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O filme é ruim por diversos meios.
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1. É uma péssima adaptação. Um livro maior que 400 páginas não pode ser comprimido em menos de duas horas de projeção (notem que Eragon tem somente 100 minutos). O roteiro não chega a ter 30% de fidelidade ao livro. Os primeiros 10 minutos são palpáveis, porém, a partir daí, o enredo é totalmente remodelado e foge de tudo que Paolini criou em seu livro de estréia. E como não poderia deixar de fazer, o roteiro manipulado destruiu todas possíveis chances de se fazer uma continuação. Todos os ganchos que Paolini deixou no livro para a história seguir linear, criativa e intrigantemente no segundo capítulo de sua Trilogia da Herança foram apagados completamente pelo ignorante roteirista (aliás, ignorantes, visto que foi quatro o número de roteiristas: Peter Buchman, Mark Rosenthal, Jesse Wigutow e Lawrence Konner – uma prática que quase sempre dá errado). Mas é claro que isso já não era o suficiente, faltava ainda fazer a história parecer um tremendo plágio de uma das duas maiores fontes de admiração de Paolini: Guerra nas Estrelas - coisa que o livro não faz.
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2. Atores. Eu não tenho muito que dizer. Não sei o que Jeremy Irons e John Malkovich foram fazer lá. Este último eu achei patético como o vilão Galbatorix. Irons é a única coisa boa vindo dos humanos que trabalharam frente às câmeras (aqui não conta Rachel Weiss, que fez um belíssimo trabalho, mas como a 'voz' de Saphira).
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3. Produção. Agora faço um parêntese: não li nenhum livro da série Harry Potter - e talvez por isso tenha gostado tanto dos filmes - mas convenhamos que esses são, pelo menos, uns caprichos de produção. Nem isso o filme do Eragon consegue fazer. Tem uma que outra locação bonita (e neste caso, os cenários são naturais). A direção de arte, também feita à quatro, é nula; os figurinos de Kym Barret e Carlo Poggioli são panos coloridos que os atores vestem; a fotografia de Hugh Johnson é raramente não ruim; a única coisa que se salva na produção do filme é o dragão (provavelmente por que é exatamente a visão que 'eu' imaginei; talvez isso tenha me influenciado em um julgamento leviano – mas a qualidade técnica de animação do dragão é fantástica), porém, os outros efeitos visuais do longa-metragem são apenas razoáveis. Outro detalhe que é exceção é a ótima trilha sonora de Patrick Doyle.
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4. Diretor. O que comentar? Já fiz isso no início do texto. Mas talvez, com um pouco de pena, eu tire parte de sua culpa para atribuí-la aos produtores John Davis, Wyck Godfrey e Alan Goodman - que tinham a obrigação de saber que um diretor não pode estrear numa produção dessas. Esse tipo de gente devia ser exonerado da Sétima Arte.
Eragon poderia ser um Senhor dos Anéis. Não precisaria de Peter Jackson na direção e no roteiro. Também era desnecessário o mesmo compositor e equipe de produção. Sim, o estúdio e o produtor sabiam disso. E acharam um 'ótimo' meio de fazer o filme: contrataram Stefan Fangmeier, um diretor estreante! Não é genial?
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Claro que não! Tudo bem, mas quem sabe o diretor pudesse ser um fã da história?... E não um idiota que conseguisse destruir um mundo mágico inspirado no maior clássico de fantasia da literatura e no maior clássico de ficção-científica do cinema (respectivamente: O Senhor dos Anéis e Guerra nas Estrelas). Foi a primeira vez que quis sair antes do fim da sessão.
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O filme é ruim por diversos meios.
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1. É uma péssima adaptação. Um livro maior que 400 páginas não pode ser comprimido em menos de duas horas de projeção (notem que Eragon tem somente 100 minutos). O roteiro não chega a ter 30% de fidelidade ao livro. Os primeiros 10 minutos são palpáveis, porém, a partir daí, o enredo é totalmente remodelado e foge de tudo que Paolini criou em seu livro de estréia. E como não poderia deixar de fazer, o roteiro manipulado destruiu todas possíveis chances de se fazer uma continuação. Todos os ganchos que Paolini deixou no livro para a história seguir linear, criativa e intrigantemente no segundo capítulo de sua Trilogia da Herança foram apagados completamente pelo ignorante roteirista (aliás, ignorantes, visto que foi quatro o número de roteiristas: Peter Buchman, Mark Rosenthal, Jesse Wigutow e Lawrence Konner – uma prática que quase sempre dá errado). Mas é claro que isso já não era o suficiente, faltava ainda fazer a história parecer um tremendo plágio de uma das duas maiores fontes de admiração de Paolini: Guerra nas Estrelas - coisa que o livro não faz.
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2. Atores. Eu não tenho muito que dizer. Não sei o que Jeremy Irons e John Malkovich foram fazer lá. Este último eu achei patético como o vilão Galbatorix. Irons é a única coisa boa vindo dos humanos que trabalharam frente às câmeras (aqui não conta Rachel Weiss, que fez um belíssimo trabalho, mas como a 'voz' de Saphira).
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3. Produção. Agora faço um parêntese: não li nenhum livro da série Harry Potter - e talvez por isso tenha gostado tanto dos filmes - mas convenhamos que esses são, pelo menos, uns caprichos de produção. Nem isso o filme do Eragon consegue fazer. Tem uma que outra locação bonita (e neste caso, os cenários são naturais). A direção de arte, também feita à quatro, é nula; os figurinos de Kym Barret e Carlo Poggioli são panos coloridos que os atores vestem; a fotografia de Hugh Johnson é raramente não ruim; a única coisa que se salva na produção do filme é o dragão (provavelmente por que é exatamente a visão que 'eu' imaginei; talvez isso tenha me influenciado em um julgamento leviano – mas a qualidade técnica de animação do dragão é fantástica), porém, os outros efeitos visuais do longa-metragem são apenas razoáveis. Outro detalhe que é exceção é a ótima trilha sonora de Patrick Doyle.
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4. Diretor. O que comentar? Já fiz isso no início do texto. Mas talvez, com um pouco de pena, eu tire parte de sua culpa para atribuí-la aos produtores John Davis, Wyck Godfrey e Alan Goodman - que tinham a obrigação de saber que um diretor não pode estrear numa produção dessas. Esse tipo de gente devia ser exonerado da Sétima Arte.
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Na hora de transformar um livro em filme, deve-se respeitar a integridade criativa e ideológica da obra que está sendo adaptada. Não cumprindo com isso, está-se desrespeitando o trabalho original e prejudicando o adaptado. Eragon - O Filme é um exemplo perfeito disso: um filme ruim. Aí está um dos problemas dessa falta de respeito à literatura que se encontra hoje.