quarta-feira, 22 de abril de 2009
Em Defesa do "Em Defesa da Propaganda" [2]
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Em Defesa do "Em Defesa da Propaganda"
*A Propaganda subliminar supostamente “ilude e manipula”* > primeiro tópico do terceiro capítulo, de título 'O suposto poder coercitivo da Propaganda'
-Deste assunto já condensado por Jerry Kirkpatrick em quatro páginas, as primeiras do terceiro capítulo de seu livro ‘Em Defesa da Propaganda’, não há muito que acrescentar. [nota-se que o título em português foi mal traduzido; matéria para uma próxima postagem]
-Inspirada na psicologia freudiana, a acusação que Kirkpatrick rebate e desmente tão bem é a que os críticos mantêm de que a propaganda supostamente ilude e manipula o consumidor. E infelizmente, essa acusação ganhou muita popularidade.
-Um dos motivos dessa popularidade da acusação, de acordo com Kirkpatrick, é resultado “da inabilidade de muita gente em identificar a natureza e as causas de suas emoções”, e devo dizer que concordo. Digo, se esse é de fato um dos motivos da popularidade da propaganda, não tenho como afirmar (embora eu também concorde com isso), mas certamente o autor está certo quanto a ‘inabilidade’ citada. Sempre que alguém compra alguma coisa, não usa e reclama, a “culpa” é sempre da propaganda. Comprou por que quis! Ou agora a culpa é minha se o sujeito não pensa direito antes de torrar o salário na primeira coisa que vê pela frente?! Não, não é! A culpa é dele e somente dele. A propaganda de um produto aponta um revolver para ti e ordena: ‘Me compre!”? Não, é claro que não.
-Kirkpatrick afirma também que grande parte da popularidade que acusação ganhou se dá no mau uso da palavra ‘subliminar’. Pois bem, vejamos: “Subliminar: diz-se de estímulo indireto que atua no subconsciente”. Então, de acordo com esse significado de ‘subliminar’, presente no dicionário Houaiss, qualquer um pode tirar suas próprias conclusões quanto ao uso certo ou errado do termo. E, relevando a já citada inabilidade de muita gente em saber o que pensa, não seria estranho pensarmos que essas mesmas pessoas não soubessem o correto significado de ‘subliminar’.
-Outro fator relevante no contra-ataque à acusação, aliás, o principal fator, o melhor argumento para “quebrar a cara” de quem (pensa que) se sustenta com a crítica da propaganda subliminar ‘ilusionista’ e ‘manipuladora’ se baseia na seguinte contradição: uma vez que a noção de percepção subliminar é a “capacidade de perceber alguma coisa que está abaixo do nosso limite de percepção”, o conceito não é válido, já era. Como raios alguém pode acusar algo de manipular o subconsciente das pessoas se esse alguém estaria também a mercê desta ‘manipulação subliminar’ e, logo, não poderia ter conhecimento da existência da mesma?
-Por fim, pode-se concluir que essa acusação sobre o suposto poder subliminar da propaganda não passa de uma crítica infundada que se autodestrói com seus próprios argumentos contraditórios entre si.