quinta-feira, 2 de julho de 2009

Hilary Duff, Law & Order: SVU, e a minha alma descansa em paz novamente

Acabei de fazer meu perfil no twitter, mas não é disso que quero falar. Dia 30 de junho, terça-feira, momentos antes de me ver escrevendo sobre Transformers 2 e racismo, presenciei o que se ocorrido a pouco mais de um ano atrás seria talvez a maior alegria da minha vida. Estou falando do mais recente episódio da série policial de TV Law & Order: Special Victims Unit transmitido para o público brasileiro. No ar há 10 anos, é desde 2005, quando a descobri, que Law & Order SVU tem sido minha série preferida. Seguindo o mesmo de padrão de qualidade irredutível de sua ‘genitora’ (a Law & Order original, que chega na 20ª temporada sem previsão para cancelamento), os roteiristas de Special Victims, porém, se diferenciaram ainda mais das demais séries. Tornando assim Law & Order SVU uma série ímpar, e no meu conceito, icônica, os responsáveis pelas tramas dos episódios se aprimoraram em sempre surpreender o espectador com alguma reviravolta no terceiro ato de cada episódio. É isso que faz a série ser a minha favorita (além, obviamente, de todos seus diversos outros méritos que divide com Law & Order). Como quem costuma ler meus textos já deve ter notado, a surpresa é para mim o principal elemento para se entreter dentro das mídias audiovisuais (me refiro à televisão e ao cinema principalmente), principalmente em se tratando de investigações/mistério, e haver a chance de ser surpreendido toda semana, cada vez de um modo diferente, é uma dádiva que aprecio todas as terças-feiras às 23h no Universal Channel (que não por acaso é o canal com maior audiência em minha casa).





E este último episódio de que estou falando me surpreendeu muito mais que o normal.








Um detalhe sobre meu gosto musical que parei de comunicar (mas voltarei) é o fato de eu ter sido um grande fã da cantora americana Hilary Duff. Desde que ganhei seu primeiro álbum de presente dos meus tios foram passar as férias nos EUA, virei fanático por ela. Isso faz tempo. Deve ter sido por volta de 2003. A popstar ainda não era conhecida no Brasil, e fui cada vez mais fundo em sites estrangeiros para saber sobre sua carreira musical. E lá pelas tantas descubro que ela também era atriz, e que já havia um filme seu nas locadoras. Vi o filme, que era Lizzie McGuire: Um Sonho Popstar. Invariavelmente descobri o filme se tratar da extensão cinematográfica de uma série de TV homônima da Disney, na qual Hilary protagonizava. Finalmente em 2005 seus CDs e o único DVD de show chegaram às lojas, e desde então a imagem de Hilary Duff se popularizou no país. Acompanhei o crescimento de seu sucesso até o álbum Dignity. 2006 se não me engano. Foi um choque. Botei o CD no aparelho de som, ansioso por ter música chegando ao meu ouvido na voz linda daquela que era minha maior musa. Primeira faixa. Tudo bem, um mal começo, todos tem esse direito. Segunda faixa, um tropeço, desconsidera-se. Terceira faixa, quarta faixa, quinta, sexta, sétima... Não sei se chorei, mas tenham certeza que uma parte da minha alma morreu ali. Dentre todas as músicas, havia apenas uma que eu não consideraria péssima, mas medíocre. Os acordes de guitarra e teclado, o fundo de baixo, e a bateria bem ritmada deram espaço aos já convencionais efeitos sonoros da música tecno. Não que música tecno, rave e derivadas sejam ruins. Pelo contrário, se bem utilizadas, geram ótimas composições. Infelizmente não foi o que ocorreu em Dignity. Não havia mais aquelas divertidas melodias criadas especialmente para a doce voz da garota texana que apareceu na Disney e conquistou fãs em todo mundo. Fiquei abalado, mesmo. Porém, mantive as esperanças. Qual músico não lançou um trabalho ruim? Pensei que Dignity fosse um erro a ser logo reparado. Mas não. Hilary continuou na mesma trilha de estilo musical. E eu continuei frustrado. Também antes disso, ela participou de alguns filmes com única finalidade promover sua carreira musical através do cinema. As historinhas de amor adolescente envolvendo pares românticos famosos dentre o público-alvo contribuíram muito para seu sucesso musical. Fazer sempre o mesmo papel de mocinha bonita, inocente e querida não ajudou em nada sua constituição como atriz, mas nessa época eu ainda a tinha como ideal platônico e não me importava com isso. Ela atuando bem ou mal, eu gostava dela. Dela. Ela. Eu achava que conhecia ela. Não sei o porquê, mas era fato... até o Dignity. Desde o Dignity e então, eu perdi isso. Não conhecia mais ela, não me importava mais com ela, não gostava mais dela. Com o detalhe de eventualmente eu ter uma espécie de recaída e ouvir seguido várias de suas composições antigas (ainda faço isso; trato as duas fazes dela como sendo duas pessoas diferentes). No fundo eu ainda sentia alguma coisa. E isso se comprovou e se tornou mais forte nesta terça-feira.


[Estou chegando ao ponto que pretendia com toda essa introdução.]




Chamar atores desconhecidos para papeis temporários, geralmente de um só episódio, é procedimento padrão em várias séries (eu disse várias? Todas!). Special Victims também o faz, com a diferencial realidade de toda a franquia L&O de Dick Wolf sempre oferecer as melhores atuações de seus artistas convidados, que muitas vezes não se resumem as desconhecidos, e sim a famosos e competentes atores de Hollywood (Julia Roberts, Robin Williams, Alfred Molina são alguns exemplos). A mais recente participação especial de um artista de fora da série em Special Victims foi, aliás, de uma artista: Hilary Duff. E é com imenso prazer que constato que a regra da competência apresentada pelos convidados do show continua valendo. Hilary Duff realiza sem a menor sombra de dúvida seu melhor desempenho frente às câmeras. Finalmente está provado que ela sabe atuar (e como!)...




...Confesso que nunca duvidei disso, mas pelo menos ate agora não havia como provar essa verdade. Não faço idéia de como vão seus trabalhos na área musical. Acho que ainda estou muito temeroso para conferir. Mas nesse meio tempo minha alma voltou a ficar em paz, pois, se Hilary ainda não voltou a cantar como antes, no momento ela atua como nunca e espero que de agora em diante esta celebridade possa enfim ser reconhecida como a ótima atriz que tem a capacidade de se tornar.



quarta-feira, 1 de julho de 2009

Junho no Cinema

Abaixo estão todos filmes que assisti no mês de Junho:

04 – Star Trek (2009) - **** - Cinesystem
05 – Duplicidade - **** - Cinemark Ipiranga*
06 – Tribunal Sob Suspeita - ** - TV
08 – Fim dos Tempos - * - TV
12 – O Terceiro Homem (2005) - ** - TV
12 – A Família Savage - **** - TV
14 – Los Angeles: Cidade Proibida - ***** - DVD
14 – Intrigas de Estado - ***** - Cinemark BarraShopping
14 – Gladiador - **** - TV
17 – Os 12 Macacos - ***** - TV
19 – As Loucuras de Dick e Jane - **** - TV
19 – Tolerância Zero - ** - TV
21 – O Rito - **** - DVD
23 – Homens de Preto - **** - TV
26 – Transformers: A Vingança dos Derrotados - **** - Cinemark BarraShopping
27 – Corrente de Andrômeda (mini série) - **** - TV
27 – Janela Secreta - ***** - TV
27 – Scoop: O Grande Furo - *** - TV
28 – Capote - *** - TV
30 – Trama Internacional - **** - Cinemark Ipiranga
30 – Desbravadores - ** - TV

Como era de se esperar, não foram tantos quanto em Maio, aliás, menos da metade, 21. Sendo 4 -*****; 10 - ****; 2 - ***; 4 - **; 1 - *. O melhor filme que vi no cinema foi Intrigas de Estado, enquanto que em casa foi Los Angeles: Cidade Proibida.

Hipocrisia na Casa Branca

Este é um assunto que eu talvez demorasse um pouco mais em outra ocasião. Porém, como me encontro escrevendo às 1h30 da madrugada, por culpa do sono, eu encurta um pouco o texto.
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Nada a ver com a presidência dos Estados Unidos (só um pouquinho, no final). Quero falar sobre o filme Transformers: A Vingança dos Derrotados. Já assistiram? Eu sim, e gostei, por isso estou falando sobre ele. Não desejo fazer uma ‘crítica’ do filme, e sim me concentrar em um ponto específico do longa: os dois personagens que foram muito criticados, acusados de serem usados a fins racistas.
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É o que alegam os principais acusadores, aliás, ‘as’ acusadoras Tasha Robinson e Alysson Nadia Field, respectivamente a editora do jornal The Onion a professora de cinema da Universidade da Califórnia. De acordo com a segunda, “há uma persistente desumanização de afro-americanos por Hollywood”. Não posso dizer que isso é uma mentira. De fato, há uma tendência em Hollywood em, eu não diria desumanizar, mas difamar a população negra. No entanto, isso não ocorre em Transformers 2.
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Voltemos aos personagens criticados. Quem não viu o filme, não faz idéia, agora quem viu, saberia dizer quais são? Bom, são dois Autobots, dois sempre brigando, os ‘gêmeos’ Skids e Muldflapp. Dois personagens criados exclusivamente para fins cômicos. Pelas palavras do diretor do filme, Michael Bay: "Foram feitos para serem divertidos.". Devo dizer que eu ri. Não tenho vergonha em dizer que achei os personagens engraçados.
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Há mais um fator nesse assunto. A razão pela qual os personagens são criticados como racistas é por serem retratados utilizando gírias e manejos particulares inspirados na cultura rap. Atenção nesse ponto. Quem está sendo racista? Os ‘réus’, os realizadores do filme, ao criarem os personagens robóticos fãs de rap, ou as acusadoras, ao simplesmente deduzirem que os personagens robóticos fãs de rap são versões robóticas de negros fãs de rap? Por acaso só existem rappers e apreciadores desse gênero musical que sejam negros? Eu acho que não. Aliás, tenho certeza. Particularmente, eu detesto rap, e não entendo como podem gostar de algo assim, mas sei que essas pessoas, negras ou não, existem, e me conformo com esse fato. Por que então os personagens Skids e Muldflapp seriam estereótipos de negros rappers e não brancos rappers? (eu tinha escrito uma frase perigosa demais aqui, mas decidi excluí-la). Não seria mais racismo por parte de Tasha Robinson e Alysson Field considerarem Skids e Muldflapp como sendo estereótipos de negros, do que dos realizadores do filme por tê-los criado? Pensem comigo, se os ‘gêmeos’ fossem versões cômicas de pessoas que gostam de Heavy Metal, alguém faria alguma objeção? Não. Por quê? ‘Ninguém se incomodaria, pois poucas pessoas gostam de Heavy Metal’, poderiam dizer isso; mas, embora parcialmente verdadeira, tal afirmação não trás o principal motivo. ‘Poucas pessoas negras gostam de Heavy Metal?’. Bingo! Está aí o motivo. Queiram ou não, sendo isso bom ou ruim (e é ruim), o que vem acontecendo e muito em Hollywood (não só lá), é o fato, agora serei polêmico, dos brancos tentarem se redimir em relação aos negros em função do todo passado de escravidão negra no mundo ocidental. Reformularei a frase: ‘o fato dos brancos fazerem de tudo para parecerem condescendentes e, assim, tentarem se redimir em relação aos negros em função do passado negro que o ocidente vivenciou por tantos séculos na questão da escravidão. (Percebam como a própria ortografia designa a palavra ‘negro’ como algo que pode ser muito ruim). Mantendo o foco, a população branca em geral tenta esquecer o racismo. ‘Não somos racistas!’, afirmamos com orgulho ao sermos questionados. O que muitos não notam, não querem notar ou disfarçam na maior cara-de-pau é que presumir que qualquer coisa relacionada com a comunidade negra pode ser vista como racismo já é uma baita manifestação racista.
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Pois bem, o que acontece nesse episódio envolvendo o filme Transformers 2 é exatamente isso. O simples fato de os personagens criticados pertencerem a uma cultura predominantemente negra é o que ocasionou as argumentações (falhas). ‘Vejam como estão sendo racistas! Tratam rappers como idiotas!’, vale dizer que tal afirmação é racista em si, como comentei antes. A chance de falar mal de alguém alegando que ela está sendo racista já é usual. Nesse caso específicos de Transformers 2, o que eu acredito que esteja realmente acontecendo, é que as pessoas que estão reclamando, uma vez que não são negras (eu não soube de nenhuma queixa vindo dos negros), estão fazendo uso dos personagens supostamente racistas para elas próprias serem racistas disfarçadamente, escondendo-se atrás de um véu de ética. Simples, o raciocínio tomado por elas é o seguinte: aparecendo a chance de haver a mínima possibilidade de alguma caracterização ser de fato racista, essas pessoas já partem para cima acusando-a de racista. Pois, deste modo, a mídia dará atenção ao caso ‘Oh! Estão sendo racistas!’, o público ficará a par de tais acusações e então acontecem duas coisas 1) alguém é taxado de racista (no caso, os realizadores de Transformers 2), e 2) é espalhada notícia de que alguém está sendo racista, no sentido de 'alguém está fazendo isso por mim'. Isso entra na cabeça de todo mundo (branco) e ocorrem (consciente ou inconscientemente) duas reações simultâneas, paradoxais e perigosamente satisfatórias em alguns casos: 1) alguém continua racista, os negros ainda não conquistaram a simpatia dos brancos; 2) os negros estão sendo defendidos, sua imagem está sendo defendida. ‘O que esse cara quer dizer com isso?!’. É o seguinte, a comunidade branca se esconde embaixo de uma túnica de ‘politicamente correto’ ao mesmo tempo em que continua a denegrir a imagem do negro. Como já falei, isso pode ser um efeito inconsciente ou uma atitude disfarçada, mas o fato é que as duas ocorrem.
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Para acabar de vez com essa linha de pensamento hipócrita há, novamente, duas opções 1) as cotas para negros nas universidades federais do Brasil. Antes eu não via o porquê, mas o Brasil precisa sim de cotas para pessoas de baixa renda. Agora isso não é necessário para pessoas de alta taxa de melanina no sangue. O argumento é que existem tantos negros pobres, que a minoria presente nas classes média e alta não representaria tanta divergência em ocupar as vagas nos vestibulares que de outra forma iriam para estudantes de igual renda, porém de maior capacidade intelectual. Esse pensamento não se diferencia tanto daquele tomado na década de 70 por políticos americanos que, em função de sua homofobia, quiseram proibir os professores gays de darem aulas, alegando que dentre os professores pedófilos há uma (duvidosa) alta taxa gays, e então, para diminuir o problema, eles afastariam os gays das salas de aula. Pois com as cotas é quase a mesma coisa; não é tão absurdo, mas a intenção é fundamentada em considerações de mesmo naipe. ‘Tem mais negros pobres que brancos pobres, então faremos uma cota para negros, desta forma acabamos com o problema’, no fundo não é isso que nos é apresentado como solução?; e 2) a própria Tasha Robinson nos fornece um forte contra-argumento, baseado em sua supostamente irônica afirmação: “Se esses personagens não fossem animados e fossem interpretados por atores negros você tem que admitir que é racista. Mas coloque na figura de um robô, então, por ser só um robô, não tem mais problema”. Diga-me, um ator negro aceitaria trabalhar em um filme no qual sua imagem seria usada para ‘desumanizar’ os negros? Hum... Não, certamente que não. Para ser justo, reconheço que talvez aí esteja a tal ponta de ‘ironia’ a princípio presente na frase, todavia não me pareceu engraçado; aliás, nem um pouco se comparado a quem ela refere sua crítica: Skids e Muldflapp, que, sim, são uma boa fonte de humor.
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Ah! Já ia me esquecer. Antes que me rotulem de um invariável defensor de Michael Bay, devo dizer que não concordo com a caracterização que este faz do presidente Barack Obama. Ele trata Obama como um covarde. Mas o que esperar de um diretor descaradamente republicano? (devo insistir aqui que Obama é mal retratado por ser um democrata e não pela cor de sua pele) E tem mais, Bay precisa parar com o seu egocentrismo. Se no primeiro Transformers um garoto grita ‘Isso é muito melhor que Armageddon’ (filme que ele dirigiu), aqui somos testemunhas da presença de um enorme cartaz de Bad Boys 2 (também dele) durante um considerável tempo em cena. Não que isso implique em problemas e seja facilmente perceptível, quero dizer, perceptível é, mas eu só notei a referência porque sou cinéfilo e vejo muitos filmes, mas se estas auto-referências continuarem, não se sabe o que pode vir a acontecer (uma cena inteira de outro filme seu?).
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No final eu acabei escrevendo bastante mesmo sobre o tema. Estou surpreso! São 3:30, e eu não revisei o texto, mas acredito ter dito o que eu tinha a dizer. [depois de revisar e reescrever alguns trechos: 4h00]
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Um mero detalhe, minha cotação:
26 - Transformers: A Vingança dos Derrotados - **** - Cinemark BarraShopping
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Quem gosta de explosões, robôs gigantes, lutas, carros e mais explosões, é o filme ideal!