domingo, 28 de novembro de 2010

Voltando não do ostracismo, mas do Limbo.

Esse quarto semestre foi de longe o mais decepcionante de todos. Não o pior ou o mais chato (postos que ficam com o primeiro), mas o mais decepcionante. Estritamente esse adjetivo, por que foi o semestre que melhor começou, e pior terminou.

O início foi excelente. Todas cadeiras pareciam promissoras, os assuntos eram interessantes, bons professores. A exceção geram fica com Inglês Instrumental, que já começou um porre, mas vamos esquecer isso por enquanto. O fato é que Teorias da Comunicação, apesar de complicadíssima, parecia muito intrigante, um bem-vindo desafio, se posso falar isso. Comunicação e Cidadania era humano e fácil. E a eletiva História das Literaturas, no Vale, estava o máximo.

Era a melhor de todas. Gostei da professora, e do método de ensino usado, além, obviamente, do conteúdo estudado. Consegui ler o texto exigido para a primeira aula, e fui o aluno que mais comentou. Eu estava gostando e entendendo – o mais importante.

Então, a primeira tragédia. Trocam de professor. Já tinha passado praticamente um mês de aula, e os imbecis tiram a professora, e chamam outro cara. Enfim, que seja. Para o bem ou para o mal, o novo professor era ótimo. Com um porém: mudou completamente o plano de ensino, e eu perdi o pique. Não li os textos, e acompanhava as discussões muito superficialmente. Agora, na hora de fazer o trabalho final, fiquei boiando por horas até encontrar algo que eu pudesse usar.

O foda de ter um professor cabeça aberta é que ele deixa o trabalho muito tua conta. “Cara, tu que escolhe”, é o que ele nos diz. Legal! Mas sobre o que raios eu posso falar em um trabalho de uma cadeira tão ampla quanto História das Literaturas? Eu não sei. Ainda mais eu, que não li quase nenhum texto. É, me sinto um idiota. Eu poderia ter aproveitado muito mais a cadeira, e já estar com um trabalho foda em andamento. Até tive umas ideias boas para o trabalho. Pensei, com a sugestão do meu pai, em fazer algo relacionado a Cinema. Comparar o cânone literário com o cânone do cinema, como um influencia ou não o outro, ou por que o cânone do cinema é tão mais heterogêneo que o da literatura. Legal, né? É interessante, eu gosto. Perguntei para o professor se eu poderia fazer algo assim, e ele deu resposta positiva. Mas aí eu me dou conta que isso é tópico para uma monografia, no mínimo. E eu estou no 4º semestre, e detesto academicismo. Odeio mesmo. Se eu pudesse abolir todas as regras da ABNT, eu faria isso. Então, tá, vou ler mais alguns textos da disciplina para ver se algo surge.

Então, outra ideia: um ensaio sobre a recepção de Sherlock Holmes com o passar dos anos. As diferentes impressões que os públicos de diferentes épocas tiraram do personagem. É um máximo! Eu adoraria fazer essa pesquisa. Mas, de novo, é uma fucking pesquisa! É um trabalho grande, extenso. E eu tenho uma semana, UMA semana pra terminar essa coisa.

Pois é, que merda. Botei fora a chance de fazer algo bem feito e relevante. E agora? Não vou não entregar, e ser reprovado, e me afundar ainda mais naquele ordenamento de merda da UFRGS. Aliás, alguém entende como funciona aquilo? Tá, tente ir o melhor possível e blablabla, mas isso não responde a pergunta, e sim a inflama. Ninguém sabe explicar como operam as engrenagens dessa coisa chamada ‘ordenamento’. E detesto esse nome. E mais uma idiotice do negócio é que se, durante a matrícula tu cancela uma cadeira, tu cai no ordenamento. Entenderam? Eu disse DURANTE a matrícula. Tu te fode se tu ajeita tua matrícula durante o período de fazer isso. What’s the point?! Que seja, não é importante agora.

O que eu quero mesmo falar é que o semestre foi uma bosta.

Teorias da Comunicação também começou promissora, foda. Mas teve tantos feriados no terça-feira, que tu não tinha mais como acompanhar o ritmo da coisa. Eu entrei em ritmo de férias. Por que, porra, a gente não teve aula na terça por TRÊS SEMANAS SEGUIDAS. Assim não dá! Não tem como não entrar na vagabundagem nesse tempo. Tirei B- no primeiro seminário, e A- na prova (não sei como, já esqueci 90% da matéria), e agora falta saber a nota da análise de Cidadão Kane (note que, sendo menor que um B+, eu vou... fazer algo absurdo – ainda a decidir, falta saber a nota do segundo seminário, e ainda tem mais a segunda prova, e depois temos que analisar O Enigma de Kasper Hauser. Só eu e outro cara já tivemos aula com o Alexandre antes. E, tipo, o Alexandre é inominável. Ele é inteligente pra caralho, tem sei lá quantos pós-doutorados (na França), teve aula com o JACQUES DERRIDA, trabalhou COM a Elis Regina (não ‘fez um trabalho sobre’, não, ele de fato trabalho COM ELA), e não tem mais 35 anos – se ele é mais velho que isso, ele dorme em formol, por que, né. Então, eu já sabia o que estava por vir. O Alexandre sabe deixar a coisa interessante, por mais banal ou absurda que ela seja. O foda é que são tantas teorias EXCLUDENTES, que tu não sabe mais o que é certo e o que tá errado. Até que tu aprende que ‘certo’ e ‘errado’ são palavras inexistentes quando se fala em teorias da comunicação. Além disso, outra complicação é que tu não pode usar uma teoria pra completar outra, por que, bom, tu não pode.

Eu já não sei mais em que pé eu estou na cadeira. Com exceção do texto do seminário do meu grupo, sobre O Mundo Codificado (sacou?), eu só li UM dos outros textos desse segundo bimestre. Então é, pois é, tá complicado.

Pra completar a merda da situação, eu notei que eu tenho 7 As, 5 Bs e 6 Cs, e um FF de brinde. Ou seja, um currículo ridículo. Seis Cs. No início eu tava cagando e andando com conceitos e tal, mas agora eu noto que tirar o C no faculdade, mesmo tu sendo aprovado com essa nota, é a mesma coisa que tirar 4 no colégio. Ou seja, é uma nota que te reprova. Por que, sejamos honestos, só o símbolo C já é um símbolo pessimista, já te deixa pra baixo. É literalmente METADE de um círculo, metade de uma circunferência (palavras que não por acaso começam com um maldito C).

Estou querendo trocar de curso, mas o papai e a mamãe não gostaram da ideia. Disseram que o negócio de ter notar medianas é irrelevante, que no final ninguém perguntar quantos Cs tu tirou durante a faculdade; não vão nem perguntar se tu é da UFRGS ou não. Mas, cara, eu me sinto um IDIOTA. Não só pelas notas. Todo mundo que eu conheço faz algum estágio metido à besta. Mas, pra conseguir um estágio, metido à besta ou não, até agora, só já tendo feito um estágio antes. É assim, toda oferta de estágio que aparece é exigindo que tu já tenha “experiência”, que eu já tenha feito estágio antes. Como é que eu vou conseguir “experiência” se, para consegui-la, fazendo a porra de um estágio, eu preciso JÁ TER FEITO UM ESTÁGIO ANTES??? Isso é idiota, é ridículo, um ciclo vicioso. Mais: é um SOLIPSISMO. Palavrinha que descobri lendo a tradução da Crítica da Comunicação do Lucien Sfez. E se tu não fez Teorias da Comunicação, tu provavelmente não entendeu porra nenhuma do que eu acabei de falar. Anyway, isso é só pra expressar minha raiva, meu modo alongado e único de ligar o ‘foda-se’.

E por fim, o motivo de eu ter feito todo esse manifesto inútil de reclamações pessoais, é afiar a escrita, por que eu ainda preciso COMEÇAR a escrever o trabalho de História das Literaturas, cujo assunto abordado será a influência da Estética da Recepção nos estudos dos efeitos da comunicação de massa nos EUA. E eras isso. Agora já passou da 1h, o que é praxe pra mim, mas amanhã eu tenho que acordar cedo (antes das 11h), então não sei como vou fazer pra continuar a escrever sem adentrar na madrugada. Merda.

domingo, 14 de março de 2010

Mais 2 livros

Minhas últimas aquisições literárias:

1) Ensaios Céticos, de Bertrand Russell


Uma seleção de ensaios sobre como o ceticismo pode revolucionar o modo de vida humana. Talvez soe um tanto exagerado - concordo -, mas fazia tempo que eu queria ler alguma coisa desse grande pensador, filósofo, lógico, matemático, e vencedor do prêmio Nobel de literatura em 1950, então essa edição pocket me pareceu interessante. Ensaios Céticos. Veremos. Ah, observação: entre outras coisas, Bertrand Russell era grande admirador de Joseph Conrad <- Esse cara foi um dos maiores romancistas e o maior cético de seu tempo. Foi ele que escreveu Coração das Trevas, livro que inspirou Francis Ford Copolla a fazer Apocalypse Now. Li o livro e vi o filme. Vi o filme primeiro. Li o livro depois. O livro é de 1906. O filme é de 1979. O livro é arrastado. O filme é arrastado. O livro é melhor. Eu não gostei muito do filme. *Ok amigos cinéfilos, a vez que eu vi Apocalypse Now praticamente não deu para assistir ao filme corretamente, por isso, talvez por isso, eu não ache esse filme tão fantástico quanto a maioria dos amantes do cinema.

2) O Macaco Nu, de Desmond Morris


Clássico da literatura científica na área das ciência biológicas e comportamentais, O Macaco Nu é bem 'um estudo do animal humano', como diz o subtítulo. Professores de biologia já me indicaram esse livro e agora que saiu uma nova edição legal por 27,90, não resisti. Às vezes se encontra gente que ainda pensa que o homem não é familiar hereditário dos chimpanzés e companhia. Pois bem, nós somos! O Macaco Nu do título somos nós.

quinta-feira, 11 de março de 2010

História X Publicidade

Hoje foi a primeira aula da cadeira eletiva de História que eu estou fazendo. História Moderna I. É de noite, das 18h30 até 21h50, no Campus do Vale, o mais longínquo de todos, e a cereja do bolo: é cheio de pessoal da História. Eu não tenho nada contra História. Era uma das minha matérias preferidas no colégio, e minha maior nota. No entanto, quando se passa para zona acadêmicas da História, complica. Os historiadores são 99% deles esquerdistas. Mas não esquerdistas-normais (se é que esses existem), mas os historiadores são esquerdistas-maníacos-odiadores-do-capitalismo-e-detestadores-dos-publicitários. Eu sou o único publicitário ali, então... Ai! Não recebi olhares raivosos ou ameaças de morte, mas não sei como vai ser essa aula. Realmente, estou um pouco assustado.

terça-feira, 9 de março de 2010

Introdução à Filosofia da Linguagem

Finalmente encontrei mais um exemplar do livro Introdução à Filosofia da Linguagem, do italiano Carlo Penco - foi na Saraiva do Praia de Belas. No primeiro semestre da faculdade eu sofri muito com a maldita Semiótica, e até agora não entendo o negócio direito. Esse livro parece, PARECE a solução para os meus problemas. Veremos no que resulta essa aventura.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sr. Futuro, e aí?

Esses dias, uma amiga minha começou a conversar comigo sobre futuro profissional. As aulas das nossas faculdades começaram hoje. Eu não estava nem me ligando para o assunto, mas desde que falei com essa minha amiga, não paro de pensar. Está bem, acabo a faculdade de publicidade, e aí? O que vou fazer? Quase todos meus colegas fazem estágio ou trabalham. Eu não. Eu não fazia estágio por que não estava no terceiro semestre, e aparentemente tu antes do terceiro semestre nem estagiário=nada é (ou seja, tu é uma soma negativa de vida). Agora eu estou no terceiro semestre. Quase. Eu não fiz nem metade das cadeiras obrigatórias para o segundo semestre durante o segundo semestre, então agora, no terceiro, estou na prática, ainda no segundo. Legal.

Vamos supor que eu consiga um estágio... Espera, eu não consigo. Eu não sei mexer em Photoshop, então eu nunca vou conseguir um estágio, por que todos estágio de publicidade do mundo querem que tu saiba mexer em Photoshop - mas um Corel quebra o galho. Legal.

Então o que eu faço?

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Malandragem & Nostalgia

Hoje eu fui ver Toy Story no CINEMA EM 3D!! O primeiro filme da Pixar, primeira animação em computador da História, agora relançada nos cinemas em 3D. Eu não podia perder. Fui na estréia. Ou re-estréia! Foi altamente divertido e nostálgico, e a companhia não deixou a desejar também. Ainda acho que o curto curso de cinema de cinema que eu fiz na segunda semana desse fevereiro de 2010 foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida dos últimos anos. O dia foi um prato cheio: eu vi Toy Story no cinema, vi Toy Story no cinema em 3D, e depois tive altos papos com um pessoal bem legal.

E a malandragem é por que eu adicionei como autor aqui a minha outra conta do Google. Sim, eu tenho duas contas do Google, uma com o e-mail e outra com o orkut, é uma confusão do caramba, mas na época foi o que aconteceu. Enfim, com o problema de sempre precisar trocar de uma conta para outra, nada prático, agora eu posso entrar e sair daqui sem a menor incomodação, o que é um alívio!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Voltando do ostracismo!

Vergonha. Que vergonha! Nossa, que vergonha a minha em ter abandonado esse blog por tanto tempo. Tornou-se realidade uma das maiores dualidade dos mundo: o aprendiz superou o mestre. O blog que eu fiz depois deste sugou toda minha atenção, e novo matou o velho. Desde de novembro que não escrevo nada aqui. Isso vai mudar. Mas também vai mudar a premissa do Diário Conspiratório. Enquanto meu outro blog, o Fakeline, se encarregará das minha opiniões sobre cinema e arte em geral, o DC será o meu espaço mais pessoal. Pouco importando a quantidade de visualizações por dia. Uma versão do Twitter com posts maiores do que 140 caracteres. Praticamente um diário. É o que a minha conspiração diária será de agora em diante. Sei que pelo menos uma leitora eu terei.

Estou de volta, e desta vez é para ficar.